Tempestade de sentimentos
Eu estava lá! Anotei todos os minunciosos promenores que me torturaram o cérebro, que me cegaram a vista. Chegaste à hora certa, tal como haviamos combinado! Eram 4 horas da manhã e tu entraste... abriste silenciosamente o cadeado das correntes que fechavam aquele portão sinistro; entraste e, rompendo toda a escuridão da noite, dirigiste-te para o baloiço!
O luar iluminava o pequeno parque, as estrelas brilhavam mais que nunca, e tu eras a mais luminosa de todas elas.
Estava frio, o vento soprava forte. Escondida atrás do arbusto, observei-te até ao último segundo; baloiçavas lentamente naquele que um dia poderia ter sido o nosso baloiço, que algum dia poderia ter sido marcado por um nós.
Sopravas de anciedade, estavas aparentemente preocupado... ninguém no seu perfeito juízo mandar-te-ía um bilhete para estares num sítio tão deserto àquelas horas da noite! Por outro lado, ninguém no seu perfeito juízo iria a tal sítio sem saber com quem estava a lidar, mas tu foste!
De repente, o irritante som rouco das correntes dos baloiços, deixou de se ouvir; meteste-te de pé e esfregaste as mãos. Vagueaste de um lado para o outro á espera de algo que nem tu sabias bem o que era.
E eu estava ironicamente feliz... num lugar tão só, estavamos apenas tu e eu. Apenas eu podia apoderar-me de ti, apenas eu podia deliciar-me com a tua incansável e perfeita beleza! Só e apenas eu!
Senti-me a escorregar... começou a chover e eu nem dei conta... O chão ficou escorregadio e lamacento. Apreciei cada gota de água que, vinda do céu, deslizava no teu lindo rosto, desde a ponta dos teus cabelos, seguindo-se pelos teus olhos cintilantes, até chegarem aos teus lábios, onde se desvaneciam perdidamente.
Depois de tamanha espera, preparaste-te para ir embora até que uma voz fria e aguda gritou o teu nome desesperadamente! Decidiste então esperar e observar a tremenda loucura diante os teus olhos.
Foi então que demasiado angustiada, saí de trás do arbusto e, a chorar caminhei até ti; estavas assustado ao assistir ao vivo à estupidez doentia de alguém que para ti não existe. Perguntaste-me o meu nome, lembras-te? Como era doce a tua voz!
O meu nome não importava, agora já de nada servia.
Como é boa esta sensação de espíritos invertidos! Como é bom saber que, tal como me fizeste sofrer, estás a passar também por toda essa dor... mas aqui comigo; debaixo desta ensanguentada detonação de sentimentos, sensações e lágrimas... onde faço de ti prisioneiro de toda a maldade!
...E aparentemente o vento ficou mais fraco! A Chuva parou, e as correntes dos baloiços silenciaram-se definitivamente. Depois da tempestade, vem a tranquilidade... o sossego que teremos para sempre no céu, no inferno, ou em qualquer outro paraíso idealizado por nós, nesta noite em que ao som da desgraça, conseguiste perceber o mundo que realmente não conhecias, meu amor!
Não é amor, é ódio!
5 comentários:
Tou sem palavras! Texto mais que perfeito, nunca vi nada assim!
LINDO mesmo *.*
p.s - libelinha... sabes que podes contar comigo, estarei sempre aki kuando precisares de desabafar, lembra-te que "(...)um desgosto partilhado é um meio desgosto."
Adoro.te...
Não sei bem o que dizer =X
Na realidade considero este teu texto o mais profundo que li até agora, o mais angustiante, o mais tocante!
Senti cada letra, cada palavra, de dor, de sofrimento...
Simplesmente adorei. Adorei a sua maneira sofida, o seu encanto maquiavélico.
beijinho libelinha!
Da sempre tua gotinha (;
A profundidade dos teus textos, revi-me a cada palavra :)
Obrigado pela vista!
Beijo*
POr breves momentos foi só teu e isso ninguém to rouba e poderás sempre recordar =)
Beijinho
Uma alma paira na brisa
A beleza mora no feliz pensamento
Murmurada oração toca os meus ouvidos
A palavra sai do peito em sentimento
Os pássaros alegram-se na tua passagem
Ainda tão breves são os dias
Já teus olhos bebem as virtudes do Sol
Já sorris no abraço que ao sentir confias
Resto de boa semana
Mágico beijo
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