domingo, 3 de agosto de 2008

Memórias

Encostada à porta observo tudo isto, o meu quarto, o meu mundo, o meu eu.
Só estas quatro paredes sabem pelo que passei, nelas estão gravadas todas as lágrimas que derramei, as felicidades sentidas... olho-as com tristeza, pois vejo-me a viver tudo de novo. Malditas gravuras, recordações que me esmagam o coração.
Esta música entristece-me! O poder melódico apodera-se de mim. Os sentimentos misturam-se, as memórias permanecem... Recuo no tempo, imagens e sensações surgem novamente. Recordo-me de tudo isto sem conseguir parar. Corro para o canto do meu quarto, pego na caixa de recordações... Vejo-me a regressar ao abismo.
Estas fotos afligem, as lembranças matam-me.
Sinto-me a delirar. Não consigo controlar os pensamentos, não consigo conter as lágrimas. Sinto-me estúpida, e inútil! Não aguento [re]viver todas estas agustias, não suporto novamente esta estúpida maneira de pensar.
Não quero mais estar aqui. Esta pressão é inaceitável. Adorava libertar-me para sempre de todos estes medos, estas horriveis recordações! Quero libertar-me de todos aqueles momentos, de todas aquelas palavras, sentimentos! Quero apagar o passado; Necessito de o acorrentar para que jamais volte para me arruinar... Mas isso é impossível, pois por mais voltas que dê, é impossivel esquecer, é impossível fingir que tudo está bem, quando na verdade não está. As questões voltam a surgir, mas as respostas teimam em desaparecer.

Será que foi tempo perdido?

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