quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sinto-me velha.
Tenho dores, rugas, estou cansada.
Levanto-me a temer o pior, deito-me e rezo pela paz, por amor, e peço ajuda. Sinto-me velha.
Faltam-me dentes, tenho dores. Tenho cabelo branco, e muitas dores. Sinto frio quando está calor, sinto o tempo passar como nunca. Sinto-me velha, tenho dores.
Não consigo correr. Estou acorrentada a estes ossos de um século, a este corpo sem formas, a este velha pele suja, enrugada, estragada.
Tenho os dedos curvados, esguios. Estas mãos, cansadas, que me traem quando tremem, esperam a paz.
E estes olhos, tristes, choram pelo passado, pelas memórias, pelos momentos, pela juventude, pelas brincadeiras, pelos sorrisos, pelas mãos dadas, pela saudade de ser quem era.
Estes olhos tristes, choram por saudade, choram por dor, por nostalgia.
Estes olhos, tristes, sou eu.
Estao cansados, velhos.
Têm dores e fecham-se.