quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sinto-me velha.
Tenho dores, rugas, estou cansada.
Levanto-me a temer o pior, deito-me e rezo pela paz, por amor, e peço ajuda. Sinto-me velha.
Faltam-me dentes, tenho dores. Tenho cabelo branco, e muitas dores. Sinto frio quando está calor, sinto o tempo passar como nunca. Sinto-me velha, tenho dores.
Não consigo correr. Estou acorrentada a estes ossos de um século, a este corpo sem formas, a este velha pele suja, enrugada, estragada.
Tenho os dedos curvados, esguios. Estas mãos, cansadas, que me traem quando tremem, esperam a paz.
E estes olhos, tristes, choram pelo passado, pelas memórias, pelos momentos, pela juventude, pelas brincadeiras, pelos sorrisos, pelas mãos dadas, pela saudade de ser quem era.
Estes olhos tristes, choram por saudade, choram por dor, por nostalgia.
Estes olhos, tristes, sou eu.
Estao cansados, velhos.
Têm dores e fecham-se.

2 comentários:

Anónimo disse...

Cansa viver, eu bem sei.
Cansa todos os dias lutar pelo mesmo. Saber que após um desafio, milhares deles se aproximam para nos fazer derrubar, cair.
Sim, cansa.
É humano que assim o seja. Mas é igualmente humano manter a esperança, sonhar sempre com um dia melhor. Com o dia onde será possível olhar para a nossa realidade e não ter medo de cair no abismo.
Cansa, sempre cansará. Mas há-de chegar o dia em que canse menos.
Não baixes os braços. Olha em frente, agarra o teu futuro. Um dia saberás. Cansa, sim. Mas compensa.

Stella disse...

A vida nunca será justa. Haverão sempre obstáculos, desafios e pessoas a tentarem derrubar-nos, mas nós temos de lutar contra todas as adversidades da vida...mas a verdade é que cansa e chega a uma altura em que as forças faltam e nós queremos desistir, eu sei, deixar este mundo misériavel e cruel onde a maldade e a ganância imperam...o importante é nunca deistires dos teus objectos/projectos de vida e ir à luta, fazê-lo por ti e não pensares no que os outroa vão dizer ou não ligares ao que os outros digam para derrubar-te...mas as vezes é muito dificil e doloroso, eu sei...