segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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A Preto e Branco
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Perco todos os sentidos ao observar esta tela! Fico sem forças, sem reacção, sem vida.
Este contraste é demasiado perfeito, mas tão perturbador, tão inquietante! Capaz de me incapacitar a mente.
Luto por me manter consciente nestes momentos de absoluto delírio... Este desalento é bastante forte, sinto-me a desfalecer. Estou hipnótizada pela ausência das cores, onde só o sofrimento, a dor expressa pelo preto, e a paz... o branco da paz que eu tanto ambiciono alcançar! Os opostos unem-se, o pânico é cada vez maior a meus olhos... Quero paz, sossego! Quero livrar-me deste ódio que me rodeia, das confusões dolorosas! Esta escuridão devoradora atordoa-me o cérebro, sinto-me incapacitada para o quer que seja. Não tenho forças para nada, falar magoa, pestanejar magoa, respirar magoa. Estou perdida; Perdi-me nas trevas do pensamento, nas sombras do meu renovado eu.
Oh senhor, tu que tens o poder misterioso e enigmático, tu que concentras em ti todas as forças do desconhecido, finaliza os sussurros aparentemente silenciados mas que gritam de dor cá dentro, dentro de todos nós!
Estou cansada destas inevitáveis lágrimas, as lágrimas que acabam por não cair, que são contidas no coração, que se apoderam da razão obscura... a tal capaz de dominar a minha vida...! Lágrimas que surgem quando algo morre, quando há um fim.
E numa pintura que retrata episódios reais da minha vida, assisto pouco a pouco às alterações sentidas. Agora vejo o tempo que passou, vejo o sangue derramado, as lágrimas transactas de tempos sem fim, de anos a fio, de momentos que cessaram, sentimentos que morreram.

1 comentário:

. disse...

Esta tao perfeito, escreves tao bem *.*
beijinho