quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tempestade Emocional



O céu está cinzento.
Caminho pela rua, uma estrada sem fim, ninguem me vê.
Começou a chover; o céu está a chorar e eu choro com ele... Corro à procura de abrigo, e nada alcanço. Não consigo sair daqui, corro no mesmo sitio, não avanço... agora todos os pensamentos se contrariam: primeiro avanço sem dar por isso, depois quero prosseguir e estou presa; Não compreendo! Chove intensamente, continuo a correr sem sair do mesmo sítio, estou encharcada! Peço ajuda mas ninguem me ouve. Estou a enterrar-me na lama... terras levadiças puxam-me para baixo, para baixo desta superficie; Estou a perder-me. Grito por ajuda, mas ninguem me liga, ninguem me vê, ninguem me ouve! Não consigo sair daqui, não consigo! O medo continua a preseguir-me. Continuo a ser puxada, para baixo... ou talvez empurrada, empurrada por alguma coisa, ou, empurrada por alguem como no meu interior... Forças superiores a mim, ao meu ser! Consigo fugir àquela força que contrariava a minha vontade, mas sei que mais tar ou mais cedo, irei ficar novamente subterrada, presa, parada. Gostava de conseguir fugir para sempre a todos estes contra-tempos que me derrotam, mas não posso, pois estes perseguem-me onde quer que eu vá! Continuo a correr, a tentar fugir, e consigo chegar até aqui, aqui neste canto vazio. Estou cansada de fugir; Uma tempestade emocional corre-me nas veias, uma tempstade de lágrimas, um vendaval de trémulas sensações inconstantes que me desfaz... Não suporto esta ideia tormentosa. Tenho tanto medo, sinto-me como uma nuvem que derrama lágrimas continuamente... uma nuvem, uma tempestade! Uma tempetade que teima em não desaparecer, mas sim a perdurar. Gostava de ver o sol brilhar depois de toda esta escuridão, mas essa luz está tão longe, tão distante de mim ... A tempestade continua aqui, dentro de mim. Estou sem forças, não consigo combate-la.
Tento explicar a mim própria o que sinto, mas nem eu sei... Estarei a delirar? Talvez não, pois louca já eu estou.

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