domingo, 11 de maio de 2008

__________O Som do Silêncio...

Está escuro, não há nada, não há ninguem.
O Silêncio grita-me aos ouvidos de uma forma encurcedora e constante... Esta soada perturba-me o cérebro, não consigo pensar.
Estarei a sonhar? Fecho os olhos por breves instantes... e vejo lá no fundo, sombras dispersas e fantasmas inexistentes na realidade, mas mais do que reais na minha alma... Mas os meus sonhos não passam de meras fantasias abstractas e incompreendidas que eu própria tento desvendar... tão abstractas, tão abismáveis! Já não sei sonhar; Já não consigo sonhar. Para quê sonhar, se nada do que sonho se tornará realidade? Talvez caiba-me a mim transformar essas fantasias em algo concreto... Mas não consigo. Deixei de sonhar a cores; Agora sonho num mundo a preto e branco, as únicas cores capazes de reflectir para o exterior, os meus pensamentos... sonho e volto a sonhar ... pesadelos sufocantes no meio deste intenso silêncio que não me deixa falar, que não me deixa gritar! Continua tão escuro, o amanhecer demora a surgir. Durante estes momentos, observo a lua... Por muito perturbador que seja o silêncio da noite, nada é tão bonito, nada é tão puro como este luar, a única fonte de luz no meio de toda esta escuridão! Caminho, mas pouco vejo. À minha frente tudo é incerto e duvidoso... Tenho medo. Tenho medo de voltar a errar, de me enganar, de pôr o pé no vazio e escorregar... tenho medo de cair. Só queria que este luar conseguisse ser mais profundo que a escuridão que me rodeia, e que pudesse iluminar a noite, iluminar este mundo desabitado, para que assim conseguisse ver, e tivesse menos hipóteses de cair neste vazio tão atormentador e silêncioso... o silêncio, o silêncio que a cada segundo que passa se torna mais difícil de ouvir, mais difícil de aceitar... A lua está a eclipsar-se, o luar está a desaparecer! A pouca luz que iluminava esta escuridão desapareceu e agora não consigo ver nada. Está frio e o meu corpo está a congelar, não o sinto. Apenas dou por mim, a andar... sinto os meus membros inferiores moverem-se como que por rotina, não os consigo controlar. Não os consigo parar. Estou sozinha, não me sinto, não vejo onde estou, não vejo nada. Tenho medo!
Entro em pânico sem dar por mim... este vão está a sufocar-me, mal consigo respirar. Sinto ao meu lado a presença de sombras frias, ventos que me queimam ao chocarem comigo, com este pedaço de gelo em que me tranformei.
Onde estou eu? Num deserto cujo silêncio é inquietante e onde o calor que me debilita é gelado?

Estarei eu frente-a-frente com o meu fim, ou será apenas mais um dos meus obscurecidos «sonhos»?

2 comentários:

Anónimo disse...

O silêncio consegue ser mais poderoso que um grito de alguém. Deixa um rasto de vazio, daí sentires que não consegues sonhar. Precisas de romper com esse silêncio que só revela o teu sentimento de solidão e procurares uma melodia que quase nunca é ouvida por ninguém: a melodia da natureza.
Voltarás a sonhar garantidamente. Já passei pelo mesmo como tu sabes e fugi do silêncio para captar algo tão natural mas tão esquecido por nós: a própria natureza. É outro mundo e lá não te encontrarás com esse silêncio perturbador.
Beijinho ***

Martim disse...

nao é o fim, garantot k é um sonho:)
gostei:)
beijos