sábado, 21 de junho de 2008

Fingimento desgastante

Não aguento toda esta pressão. Cada passo que eu dou é um erro para os outros, cada segundo que passa é uma eternidade para quem está comigo. Sinto-me sufocada com toda esta diferença que me rodeia.
Todos estes olhares, todas estas confusões, todos estes malditos equívocos, tudo isto me destrói. Não há como fugir, tudo isto me persegue, tudo isto me desgasta. Olho para o meu interior, e vejo ruínas; As ruínas do meu ser. Sinto-me estúpida por não ser como os outros. Sinto-me estúpida por ser diferente... Diferente dos outros, diferente de mim mesma. Peço compreensão da parte de quem me rodeia, mas nem sequer eu me percebo; Apenas sei que não sou normal. Mas que posso fazer eu para mudar a minha forma de ser? Esperar que o tempo me dê a normalidade de volta? É insuportável tal espera.
Apetece-me gritar bem alto aos ouvidos de toda a gente, o quanto quero que me deixem em paz, o quanto preciso de estar sozinha... mas não posso gritar, pois a ultima coisa que quero é que as pessoas de quem gosto se chateiem comigo devido à minha estupida anormalidade.
Contudo, o constrangimento é inevitável. É demasiado duro dar sempre um não como resposta, é demasiado estúpido ter de lidar com tudo isto; É demasiado asfixiante olharem para mim como uma coitadinha, com perguntas desnecessárias. Chamam-lhe de preocupação... Mas eu estou cansada que me pressionem, estou farta. Não consigo fingir que tudo está bem, que me divirto, que estou feliz, que adoro isto... Não sei mentir, não sei fingir; desisto de o fazer, pois para alem de enganar os outros, acabo por acima de tudo, me enganar a mim. E depois, a parte mais chocante: quando a preocupação se transforma em cinismo...! Oh, Deus me dê a paciência de que tanto preciso. Mais uma vez, sinto a necessidade de gritar, de berrar o quanto dispenso que se "preocupem" comigo, pois estou farta desse estúpido cenário. A única coisa que quero é paz, e pouco cinismo. Para quê mostrarem-se imensamente perturbados com a minha situação, se sei que quando viro costas, começam os torturosos risinhos de felicidade, com os quais estou habituada a lidar? Estou farta de todo este fingimento mútuo, mas da minha parte acabou. Foram tempos e tempos de mentira, de sentimentos incontroláveis, que fizeram com que eu mudásse; Agora sou diferente, diferente do que era naqueles tempos em que fingia ser feliz por causa dos outros. Mas agora, fartei-me. Não quero saber mais do que eles pensam, do que eles dizem. Não vou fingir mais.

2 comentários:

Anónimo disse...

não te sintas estúpida por seres diferente. cada um é como é e se fazes a diferença no meio de tanta gente é porque és única e tens grande valor por isso :)

beijos**

Anónimo disse...

Vc descreveu exatamente o que eu to sentindo agora, como venho me sentindo há um tempo.
Espero que vc nao se importe se eu copiar no meu orkut isso.
Amei seu texto e me identifiquei 100% com ele.
Se quiser trocar uma idéia
doidinha458@hotmail.com
Um abraço.