segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Desejo de Voar

Não sei o que ainda faço aqui... Não sei porque ainda cá estou.
Agora percebo que afinal a minha existência não passa em vão neste horripilante paraíso... Afinal a minha presença é sentida; A minha presença é perturbadora não só para alguns, mas sim para todos os que me rodeiam.
Quem me dera que o arrependimento matasse, já que a culpa ninguem me tira.
Eu sei, eu sei como desejavam que me evaporasse, de certeza que não o desejam mais que eu... Mas por muito que me doa tudo o que fiz, tudo o que faço, e por mais que eu queira acabar com a minha parte deste maldito jogo de regras ridículas, eu não consigo. Sou cobarde demais.
Por vezes, fico surpreendida com a minha própria idiotice! Quando tudo está mais calmo, entro eu em acção para estragar novamente a serenidade que se fazia sentir... Se não for comigo mesma, é com as pessoas de quem mais gosto, os poucos a quem ainda posso chamar amigos.
Que tristeza! O meu auto-controlo está a esvaecer-se segundo após segundo.
Não consigo orientar estas forças que me fazem esquecer a razão... Forças demasiado poderosas, demasiado incontroláveis capazes de destruir tudo aquilo que faz parte de mim. Mas quais forças... as forças do meu cérebro que age sem pensar? Oh, essas... estão mais acabadas que eu própria!, desfeitas como esta areia que escorrega entre os dedos; esta areia, estas partículas tão pequenas, mas com a capacidade de construir dunas, muralhas que me impedem de ver a realidade que se encontra lá ao longe, muito longe de mim; Longe de tudo o que existe, de tudo o que não existe...
Nestas alturas, tenho uma extrema necessidade de voar, voar sobre todos estes contra-tempos, fugir de todas estas confusões! Estou farta ... estou farta destes distúrbios que não me largam... Ou melhor, que eu não consigo largar! Preciso de asas, quero sentir, quero sorrir, quero viver, sem pensar nos problemas, nas agitações emocionais, nos arrependimentos constantes...
Só gostava de ter asas e saber voar...

1 comentário:

. disse...

n te devias de te sentir assim, e n desejo de que te evapores, não! tu podes ter cometido erros como todos, mas também trouxeste felicidade, e todos passaram (pelo menos eu) bons momentos contigo!