sexta-feira, 4 de julho de 2008

Passado do verbo Viver

Estou aqui. Sim, aqui sentada neste lamacento chão, onde aguardo que me espezinhem.
E sabes o que faço enquanto isso? Estou a pensar na coisa mais estúpida que [te] consegui fazer. Tal como me disseste no outro dia, “Conheces-me, ou pelo menos eu julgava que tu me conhecias, tal e qual como eu te conhecia”… Não podias estar mais certa! Na verdade tu já não me conheces… eu própria não me reconheço, quanto mais tu… Tu que confiaste em mim, e depositaste em mim todo o carinho. Éramos as ditas “melhores amigas”; Tu que nunca pensaste que eu fosse assim, assim tão ordinária.
Hm, agora fiz-me rir a mim própria… Eu? Ordinária? Qual quê… Eu sou apenas uma estúpida “pessoa”, que tal como eu já to dissera, não merece nada!
Lembraste em tempos quando, no meio de todas as nossas brincadeiras, de todas as nossas parvoíces, eu te dizia que um dia iria acabar por te perder, por perder a tua amizade… lembraste disso? Lembraste também daquele momento em que eu estava destroçada, em que para não variar, tu me ajudaste, e eu dissera que a única coisa que sabia fazer, era afastar de mim as pessoas de quem gosto? … E agora, lembraste de teres dito que isso nunca iria acontecer entre nós? Pois é, o pior de tudo é que aconteceu. Eu mostrei-te ser uma pessoa que não era, nem sou… O monstro que sou hoje, estava disfarçado com pequenas nuvens que por vezes mostravam o sol, e era aí nesses momentos de céu aberto que conseguias ver parte do que verdadeiramente sou. E agora, os períodos de chuva, de céu nublado, desapareceram… Agora podes ver quem eu realmente sou, quem efectivamente escondi ser.
E o que me dizes tu? Oh, pois bem, que te desiludi, e razões não te faltam para o dizeres; Apoio-te incondicionalmente! E logo eu, que odeio pessoas mentirosas, cínicas… e agora eu própria sou assim, completamente repleta de cinismo. E por muito que me custe admitir, ambas sabemos que a verdade é essa. Não lamento que isto tenha acontecido, pois tens todo o direito de saber verdadeiramente quem são as pessoas que pensavas conhecer… E que agora desconheces totalmente. Podes pensar que é ironia minha dizer que te menti para o teu bem, porque não queria que sofresses; Mas agora aconteceu completamente o contrário. Descobriste da pior maneira quem eu era, a pessoa que já várias vezes te tentei mostrar que sou, mas à qual tu dizias "Rebaixaste demasiado, tu não és assim, Libelinha. Difamaste a ti própria…" Lembraste destas palavras? Que pensas agora delas? Não, Não é preciso que respondas… eu sei qual é
a resposta! Sei perfeitamente o quanto te menti, o quanto te decepcionei. Não vale a pena tentar aquela “quando estamos apaixonados, não pensamos”, pois como já aqui foi dito, para mim o amor não existe. Talvez o carinho por terceiros, se tenha tornado em completa estupidez da minha parte… Uma estupidez tremenda, que me atormentou a mim própria. A verdade é que eu deixei-me levar, por palavras meigas, por mentiras nas quais eu acreditei, não pensando na indecência que te estaria a fazer. É verdade, fui egoísta, pensei só em mim, e isso saiu-me caro… Com isso, perdi-te a ti, a pessoa que sem dúvida, mais me apoiou quando todos me viraram costas, a pessoa que esteve comigo sempre, e sempre… a pessoa da qual tive o maior prazer do mundo em chamar de melhor amiga, mas que infelizmente, já não o posso fazer, pois sei que o que fiz não se faz, e que nem merece perdão. Não te peço que me perdoes… Aliás, não tenho o direito de te pedir o quer que seja. E sei que agora, não acreditas sequer numa palavra vinda de mim, mas por favor, acredita que te adoro e que és demasiado importante para mim. A nossa amizade pode estar fechada por um Fim, que nunca mais terá possível continuação, mas por muito mal que eu te tenha feito, por muito que eu te tenha desapontado, a verdade é e sempre será esta, Tu és das melhores pessoas que pude conhecer!
Não te vou pedir desculpa pelo que aconteceu, porque como já te disse, sei que não há maneira de me perdoares.
Resta-me agradecer-te por toda tua bondade, por tudo o que por mim fizeste e que guardo comigo com muita ternura.

Adoro-te minha Gotinha de Água.

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