quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Facadas
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"Porque estás assim?"_ "O que tens?" _
"Estás a chorar?"_"Estás bem?!"
Para quê fazer perguntas desnecessárias?
É assim tão difícil de perceber o 'porquê' ?
É assim tão difícil satisfazer a única coisa que peço?
"Não me mintas"
...
As mentiras são facadas que me espetam no peito.
Uma dor muito forte percorreu-me o coração! Levei a mão ao peito e nela ficaram impressas marcas de sangue. Sangue derramado pelo meu peito, pelo meu coração. Aquelas gotas cheiravam a dor; Gotas de sangue sentido!
Perdi as forças, cambaleei lentamente até cair. Os meus joelhos apoiaram-se no solo, e esmorecido de dor, o meu corpo acabou por chocar com o chão.
Aquelas facadas incapacitaram-me para todo o sempre. Facadas psicológicas, sentidas com o coração... facadas que me cortaram o ar, que me impediram de viver.
Naquele momento, ali perante todo aquele sangue derramado, perante todas as lágrimas vertidas pela alma, eu já não era nada. Senti-me perdida, pestanejei durante breves segundos, e instantes depois, senti-me a morrer.
Hoje, sinto ainda todas aquelas facadas. As feridas sararam, mas as cicatrizes... essas nunca serão esquecidas. Não consigo controlar minha mente. Não consigo apoderar-me dela... o que eu dava para apagar todas estas cicatrizes; cicatrizes sem fim, gravadas no pensamento, no coração...
As cicatrizes ficaram, as feridas jamais.
As feridas serviram para, mais uma vez, perceber o quanto estava errada em relação a ti. Fizeram-me perceber que não posso mais voltar a confiar, voltar a sorrir, voltar a amar. Estas feridas magoam, ensinam... e com elas aprendo a viver. Agora sei o quão estúpida fui por depois de tudo, ter voltado a confiar noutro alguém. Mas agora não... Não voltarei a depositar qualquer tipo de confiança em quem quer que seja, jamais voltarei a ser o que era! A Libelinha morreu, agora sobram os restos de um ser incompleto, um ser que sempre procurou a felicidade. A felicidade que sempre, sempre lhe fechou a porta.

3 comentários:

Ana Monteiro disse...

Por muito que custe, é nos piores momentos que crescemos mais.

Não desistas de viver <3

c.b. disse...

quando me deparo com textos assim desejo tanto que seja tudo ficção, que não tenhas que sentir mesmo essa dor toda ):


são palavras tão bonitas, mas tão carregadas de sangue e mágoa!

um beijinho*

O Profeta disse...

Fecham-se as janelas de poente
Acenderam-se os luzeiros no céu
A cidade desperta para o arraial
Uma noiva procura o perdido véu

Os acordes da Banda no Coreto
Uma tuba marca o compasso
O clarinete dança na calmaria
O Maestro solta gestos no espaço


Bom fim de semana


Mágico beijo