quarta-feira, 28 de maio de 2008

Oceano de interrogações

Caminho pela praia, descalça sobre a areia molhada.
A água está muito fria; pequenas ondas rebentam aqui, perto de mim, cobrindo-me os pés. Este cheiro a maresia, lembra-me o teu perfume que esbarra contra mim, naqueles curtíssimos segundos em que sinto a tua presença... Um perfume que nunca mais voltarei a sentir.
Aqui parada, penso em tudo; Todas as mais diversas sensações e pensamentos, me ocorrem, contribuindo para a lagoa de confunsões em que se tornou a minha vida... Uma lagoa que se alastra, tranformando-se já quase num oceano... este incrível mar, cuja água colide contra os meus pés... As minhas pegadas na areia, são apagadas pelas ondas que sobre elas passam; Não seria mais fácil que a água do mar apagasse tambem as profundas pegadas, presentes na minha alma?
E este nevoeiro... este nevoeiro que me impede de ver o quer que seja, física e psicológicamentalmente. Um nevoeiro cerrado, um nevoeiro demasiado intenso, que esconde de mim tudo o que queria alcançar. Já nem vejo os meus pés, nem o mar, nem a areia, nada. Ando agora algures, sem saber onde, nem porquê... novamente perdida num nevoeiro sombrio, acompanhada de um arrepiante múrmurio entre as numerosas gotículas de água que esbarram com a areia, a areia que debaixo dos meus pés se dispersa de forma muito subtil; quase não a sinto. Porque na verdade, eu não sinto nada, deixei de sentir em todos os pontos de vista.

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