segunda-feira, 30 de junho de 2008

__________O Jogo Perigoso

Há 14 anos atrás lançaram os dados; O jogo tivera começado.
No início não tive escolha, a única hipótese era jogar. Ao continuar o jogo apercebi-me, de que haviam várias casas de sofrimento, e os dados não ajudavam...
Nas últimas casas em que caí, havia cenários de desespero, de profundos pesadelos. E aqueles sons silenciosos, ensurcedores... Aquele escuro atormentador, o cheiro a queimado... seriam as chamas do meu interior a chamar pelas trevas?
Enquanto o tempo passa, os dados rodopiam, e tal como eles, eu giro, caio e espero que me levantem, espero para puder prosseguir o jogo... um jogo que continuava mesmo sem mim, um jogo que tem regras e têm de ser cumpridas: o tempo não pára; O fim é imprevisível...
Porquê que as regras são inalteráveis? Porquê que cada fase do jogo é mais difícil que a anterior? Que jogo tão idiota! Regra base: Viver ... Talvez queiram dizer sobreviver, não?
Sem outra opção de escolha, temos de continuar a jogar, lutando por aquilo que queremos, seguindo os nossos objectivos, e tentanto ser felizes... mas as regras deste jogo são muito injustas, demasiado complicadas. Ás vezes, damos por nós a perguntar porquê que tem de ser assim? Não existe explicação... É a lei [da vida] do jogo.
Os dados traiçoeiros deslizam sobre este tabuleiro... o tabuleiro do passado, do presente, o tabuleiro que trás o passado de volta para amaldiçoar novamente esta incógnita a que todos chamam de futuro... Futuro, as pérfidas fases desconhecidas que me queimam, que me ferem, que me magoam, que me matam. Eu morro, volto a morrer, mas o jogo parece não ter fim. Mas é em minha posse que está o poder. Sou eu que comando o meu jogo, O poder altivo que comanda a vida, a minha vida. Mas eu posso acabar com as inalteráveis regras... Eu sou a suprema Libélula, apavorada com todas as regras, mas com o poder de as quebrar, com o poder de pôr fim ao jogo.


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sentimentos

Os pensamentos perderam-se; As emoções esgotaram-se; Os sentimentos morreram.
Nada mais ficou.
Agora olho para trás, e vejo o tempo perdido, o tempo que gastei com pessoas que não merecem sequer desprezo... que simplesmente não merecem nada. Agora vejo o que sempre tentei não ver: A amizade não passa de um fingimento, não passa de gestos que nos tocam, que ficam, e que nos magoam... e que dificilmente serão esquecidos. Os gritos, o silêncio, os gritos e o silêncio.... As palavras que melhor conseguem descrever-me; Pois é neste mundo que eu vivo, o meu mundo... Em que estes restos de mim vagueiam no silêncio de gritos sussurrados por estas vozes distantes, demasiado longínquas, mas totalmente presentes em mim. Sim, é isso mesmo... Eu estou louca; Todos estes disparates não passam de barbaridades para vocês leitores... mas para mim, são devaneios que fazem todo o sentido; Porque na realidade, é assim que eu vivo, é isto que eu sinto.

Sinto? Mas eu não sinto; O verbo sentir deixou de fazer parte do meu ser há já bastante tempo. Muitos momentos, muitas emoções, muitas pessoas se apoderaram do meu coração, e roubaram-mo. Roubaram-me o sentimento, aquilo que me fazia viver, sentir.
Preciso de calor para secar estas lágrimas... mas eu não sinto, o meu corpo nao sente. Estas lágrimas jamais serão secas... Estas palavras jamais deixarão de estar presentes.
Mais uma vez, já nada faz sentido.

sábado, 21 de junho de 2008

Fingimento desgastante

Não aguento toda esta pressão. Cada passo que eu dou é um erro para os outros, cada segundo que passa é uma eternidade para quem está comigo. Sinto-me sufocada com toda esta diferença que me rodeia.
Todos estes olhares, todas estas confusões, todos estes malditos equívocos, tudo isto me destrói. Não há como fugir, tudo isto me persegue, tudo isto me desgasta. Olho para o meu interior, e vejo ruínas; As ruínas do meu ser. Sinto-me estúpida por não ser como os outros. Sinto-me estúpida por ser diferente... Diferente dos outros, diferente de mim mesma. Peço compreensão da parte de quem me rodeia, mas nem sequer eu me percebo; Apenas sei que não sou normal. Mas que posso fazer eu para mudar a minha forma de ser? Esperar que o tempo me dê a normalidade de volta? É insuportável tal espera.
Apetece-me gritar bem alto aos ouvidos de toda a gente, o quanto quero que me deixem em paz, o quanto preciso de estar sozinha... mas não posso gritar, pois a ultima coisa que quero é que as pessoas de quem gosto se chateiem comigo devido à minha estupida anormalidade.
Contudo, o constrangimento é inevitável. É demasiado duro dar sempre um não como resposta, é demasiado estúpido ter de lidar com tudo isto; É demasiado asfixiante olharem para mim como uma coitadinha, com perguntas desnecessárias. Chamam-lhe de preocupação... Mas eu estou cansada que me pressionem, estou farta. Não consigo fingir que tudo está bem, que me divirto, que estou feliz, que adoro isto... Não sei mentir, não sei fingir; desisto de o fazer, pois para alem de enganar os outros, acabo por acima de tudo, me enganar a mim. E depois, a parte mais chocante: quando a preocupação se transforma em cinismo...! Oh, Deus me dê a paciência de que tanto preciso. Mais uma vez, sinto a necessidade de gritar, de berrar o quanto dispenso que se "preocupem" comigo, pois estou farta desse estúpido cenário. A única coisa que quero é paz, e pouco cinismo. Para quê mostrarem-se imensamente perturbados com a minha situação, se sei que quando viro costas, começam os torturosos risinhos de felicidade, com os quais estou habituada a lidar? Estou farta de todo este fingimento mútuo, mas da minha parte acabou. Foram tempos e tempos de mentira, de sentimentos incontroláveis, que fizeram com que eu mudásse; Agora sou diferente, diferente do que era naqueles tempos em que fingia ser feliz por causa dos outros. Mas agora, fartei-me. Não quero saber mais do que eles pensam, do que eles dizem. Não vou fingir mais.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Rabiscos do meu ser

Definitivamente, enlouqueci.
Não me reconheço, estou irrecuperavelmente doida.
Tudo mudou, e agora me dei conta da incompetente idiota em que me tornei...
Um curto período de tempo fez com que tudo em mim mudásse, a minha forma de pensar, a minha forma de agir, a minha forma de ser e de viver...
Desenhei em mim um monstro... o qual não consigo apagar; Todas estas marcas profundas ficaram impressas numa folha branca que ao longo deste tempo se tornou escura, muito escura...
Uma escuridão dificil de decifrar! E todos estes rabiscos são falhas, erros perturbadores que me pesam a consciência. Um peso insuportável que me deita abaixo cada vez que quero prosseguir, cada vez que necessito de continuar.
Esta ilustração está manchada de infernais sentimentos; Por minha vontade, todos estes rabiscos, toda a minha pessoa... merecia apenas que um lápis azul, invalidando-me, censurando-me. Apartir daí, a vida deste estupido esboço acabaria. O meu fim estaria próximo, muito próximo.
Quero restaurar este desenho, esta imagem que eu própria tenho de mim!
Quero mudar, mas mudar é impossível.
Quero pensar, mas pensar é impossível.
Quero escolher, mas escolher é impossível.
Quero respirar, mas respirar é impossível.
Quero viver, mas viver é impossível.

Será que existe alguma coisa possível na minha vida?
Oh meu Deus, porque tem de ser assim?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Escuridão da Saudade

A tua ausência é a noite,

Incondicionalmente escura e sombria,
Este frio arrepiante.

Olho para as estrelas
Que me lembram os teus olhos...
Os teus olhos que penetram nos meus,
Os teus olhos que me param a respiração,
Os teus olhos, as recordações, as memórias
E agora sem ti, tudo parou.

A tua ausência é a noite
Uma noite demasiado profunda
Demasiado insuportável.

Estar longe de ti
É como entrar num túnel,
Um túnel sem fim;
Onde não consigo respirar,
Onde não consigo pensar.

A tua ausencia que me secou as lágrimas,
Estas lágrimas que deslizam no meu rosto
Lágrimas que caiem,
Lágrimas de sangue ,
Lágrimas de tristeza,
Lágrimas de saudade.

Saudades de ti, do teu toque
Saudades do teu sorriso, dos teus olhos.
A tua ausência acabou comigo,
A tua ausência matou-me.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sufocante

Todas as palavras, todos os pensamentos, todos os sons, todos os sorrisos, todas as expressões, todos os toques... tu estás lá; Não é em ti que eu penso, é na tua ausência, é no facto de não ter comigo o ar que respiro, é na dor que sinto interiormente por estares tão afastado, tão ausente. E toda a esperança que eu tinha de pudermos voltar a ser amigos, de poder voltar a olhar-te a sorrir-te, a tocar-te... toda essa esperança morreu, e continua a morrer a cada lágrima, a cada reflexão, a cada momento. Esta porta que por vezes se abria e me permitia ver o sol, fechou-se definitivamente, e foi substituída por uma parede, um muro de fortes dimensões, impossivel de se mover; É impossível voltar a ver o sol que me iluminava. Tudo aqui é tão escuro, tão triste.
Se o arrependimento matasse, eu já tiria morrido infinitas vezes, mas agora sem ressuscitação, porque tudo em mim morreu: a minha felicidade, a minha alegria, o meu sorriso, o meu coração... tudo isto foi substituído por uma teia de lágrimas, de pânico, de angústia. Tenho um alvo no coração, para o qual todos atiram, e onde tu fizeste mira, acertando-me, partindo-me o coração. As minhas veias não têm sangue, o sangue não circula, o coração não bate; eu morri... Tu mataste-me, mataste tudo o que em mim ainda tinha vida... mataste-me com esta distância que me aflige, que me impede respirar, que me impede viver. Dizem que tudo é uma questão de tempo, que o tempo resolverá tudo... mas o tempo congela sentimentos, recordações... o tempo congela memórias. O tempo fará com que no fim, te esqueças de mim, com que te esqueças da minha existência. Tambem não interessa contradizerem-me; sei que assim será. Portanto nada tenho a fazer, pois nem esperar será solução. Tudo tem um fim, e o meu chegou.. Veio com esta noite que me agonia todas as possíveis e impossíveis considerações; uma noite silenciosa, uma noite que ao contrário de tudo, não tem fim.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Desespero inaceitável

Estou desesperada.
Quero morrer. A minha vida perdeu a lógica, perdeu o rumo que seguia, perdeu uma das raras pessoas que se transforamara num motivo que me fazia sorrir. Eu perdi a tua amizade, de vez.
Sinto-me desmoronada por completo; Já nada tem lógica, já nada faz sentido. Não sei o que fazer; A única coisa que me ocorre no pensamento és tu, e nos meus olhos, estas estupidas lágrimas que não consigo evitar. A cada segundo que passa, cada pestanejar, cada pulsação... é em ti que eu penso, não pelo facto de te amar mas sim por te ter perdido, por ter deixado que isto acontecesse, e por acima de tudo, me ter pegado demasiado a ti, acabando agora por sofrer pela tua ausência no meu coração; Tu, tu que me roubaste o coração, tu que, sendo a pessoa que me faz chorar, és tambem a que me pode dar de volta a alegria de viver. Tu, a pessoa por quem os meus sentimentos de amor e ódio se uniram, partindo-me não o coração que já perdi, mas sim o cérebro, que por ti, deixou de funcionar, incapacitando-me de viver. Concentro-me nas recordações que tenho dos teus olhos e esqueço-me de tudo o resto: esse verde brilhante do teu olhar, que penetra no meu e que me impede de pensar. A minha mente ficou vazia. Já não há nada deveras importante para preencher este vazio que se encontra na minha mente, no meu espirito, em mim. Quero sair daqui, mas a porta fechou-se. Agora não tenho saída; estou entre a espada e a parede, dependente destas míseras regras do jogo, das quais nunca me conseguirei habituar. De que me serve tudo isto? De que me serve acordar todos os dias, ir à janela e ver lá fora um falso Sol, com a estupida intenção de iluminar a noite mais profunda de todas aquelas em que já me encontrei? De que me serve tudo isso, se perdi para sempre, uma fonte de felicidade que me fazia sorrir e viver? Vale a pena fingir que sou feliz e que está tudo bem? Vale a pena todos estes cínicos e falsos sorrisos que me enervam o sistema nervoso? Um sistema que perdera já quase a capacidade de funcionar... Mas pergunto eu: Será que existe algo em mim que ainda funcione pra'lem da profunda fonte de lágrimas que se encontra no lugar do coração?
[É difícil caminhar sem pôr os pés no chão] .

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Debilmente afectada

Dia para esquecer.
Estou em pânico e nao acredito no que me aconteceu. Porquê a mim? Porquê?
Desempenho o papel de protagonista neste filme de terror em que se transformou a minha vida. Não sei como o fiz, mas fi-lo.
Chorei, gritei, explodi, e admiti. Agora preciso apenas de um longo e profundo buraco onde me possa esconder eternamente. Como voltarei a olhar para o teu rosto? Como voltarei a falar-te e a olhar-te nos olhos como sempre fizera? Eu sei, o melhor de tudo seria afastar-me de vez, mas isso é impossível; Impossível demais para ser posto em prática.
Só quero fugir. Quero fugir daqui, e ir para um inferno bem mais calmo que este... Onde, de preferência, não hája o sentimento a que todos chamam de amor. Um sentimento tão estupido, tão injusto e impropriado, que está a fazer com que aos poucos e poucos, eu te perca, dolorosamente e inconsolavelmente. E agora? O que faço agora? Sentir o eu toque é uma sensação mágica, mas pensar que nunca mais sentirei tal sensação é assustador. Talvez esteja a delirar, mas o causador de tudo isto és tu. Não fui eu que escolhi, pois acredita que se o pudésse fazer, tudo seria diferente.
Recuar no tempo seria uma boa forma de apagar tudo isto. Mas mais uma vez, a impossibilidade dura e perdura até ao fim da minha existência. Como foi isto acontecer-me a mim? Porquê a mim? A ultima coisa que eu queria neste mundo, era perder a tua amizade, és importante demais, mas infelizmente, a minha capacidade racional esgotou-se e agora, tudo isto é a consequência dos meus estupidos actos, da minha estupida existência... Podes dizer que não, podes dizer que não deixas, podes dizer tudo o que quizeres, tudo o que te apetecer, mas sabes tão bem como eu, que a nossa amizade já viu melhores dias, e melhores condições para continuar; Sabes tambem que tudo isto é complicado demais tanto para mim, como para ti, pois o o facto de eu me afastar contribuirá para o plano de esquecimento, mas será impossivel de aguentar... Porque é impossível não te tocar, é impossível não estar contigo. É difícil demais.
Mas que outra solução será melhor do que esta? O problema consiste aqui mesmo: Não há outra solução, não há outra hipótese! Não consigo raciocinar... pensar em ti, impede-me de tudo o resto. Quero gritar de raiva.
A raiva que me atingiu por ser tão transparente, por conseguires ver não só as minhas lágrimas exteriores, mas tambem as interiores que naquele momento me fizeram morrer. E agora? Que pensas tu de mim? "Mais uma pita estupida apaixonada por mim", ou como alguem tão emocionalmente instável que não consegue falar sem verter lágrimas perturbadoras? Escusado será dizer que o meu coração parou quando me abraçaste; As tuas palavras deixam-me completamente inactiva. E a pergunta continua a pairar sobre a minha cabeça "Porquê a mim?" Sim, estou debilmente afectada. Como fui eu capaz de deixar que isto acontecesse? Não consigo perceber, não consigo.
Agora não posso dizer que tenho medo de te perder, de perder a tua amizade, pois na verdade, o fim está à vista, mesmo que não o queiramos ver. O medo atingiu-me e tranformou-se num terrível pânico que vivo a cada segundo que passa. Segundos que nunca mais acabam, segundos sem fim, segundos extremamente escuros.
Eu não posso, não quero, não consigo, NÃO AGUENTO. Não aguento tudo isto muito mais tempo... é como se estivesse a cair no infinito, no vazio, onde a única coisa que sinto, é o som da tua voz a esvoaçar no meu cérebro.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

As minhas lágrimas

Um choro contínuo... Lágrimas que são idealizadas pelo meu coração, e que nascem nos meus olhos, numa profunda tristeza sentida interiormente; E o percurso das minhas lágrimas continua... deslizam sobre o meu rosto lentamente, e acabam por morrer na minha boca.
Algumas, não chegam a deslizar, e permanecem estáticas nos meus olhos; outras caiem rapidamente diante de mim, formando uma poça de lágrimas na qual eu me afogo constantemente. Afogo-me nas minhas lágrimas, afogo-me em mim própria; Morro comigo e em mim!
Estou sem fôlego; Cansei-me, fartei-me, estou exasperada. Perdi a respiração no meio de todas estas lágrimas que me sufocaram, que me prenderam, que me mataram; Eu estou morta, morri interiormente [novamente]. Todos os motivos que ainda me faziam sorrir, transformaram-se agora em arrepios e desesperos pasmosos. Suores frios, delírios, lágrimas, distúrbios... Sensações inexplicáveis que me derrotaram, que me enfraquecem... E que me impedem de lutar, de fazer o que queria. Sinto-me fraca, sem forças nem capacidade para o quer que seja... Vivo debilmente e sem forças para mais; Sou fraca, insignificantemente inapta, mas de facto, muito competente no que diz respeito à destruição interior nao só de mim, mas dos outros... O Regresso da Demolidora seria sem duvida, um bom título para a minha situação actual. De que me vale tentar olhar para a vida com outros olhos, se sei que não passaria apenas de uma fantasia e que de repente daria por mim a cair outra vez neste profundo vazio sem fim? Um vazio demasiado denso e perturbador que me arrasta para o fim de tudo, para o início do nada.