Oceano de interrogações
Caminho pela praia, descalça sobre a areia molhada.A água está muito fria; pequenas ondas rebentam aqui, perto de mim, cobrindo-me os pés. Este cheiro a maresia, lembra-me o teu perfume que esbarra contra mim, naqueles curtíssimos segundos em que sinto a tua presença... Um perfume que nunca mais voltarei a sentir.
Aqui parada, penso em tudo; Todas as mais diversas sensações e pensamentos, me ocorrem, contribuindo para a lagoa de confunsões em que se tornou a minha vida... Uma lagoa que se alastra, tranformando-se já quase num oceano... este incrível mar, cuja água colide contra os meus pés... As minhas pegadas na areia, são apagadas pelas ondas que sobre elas passam; Não seria mais fácil que a água do mar apagasse tambem as profundas pegadas, presentes na minha alma?
E este nevoeiro... este nevoeiro que me impede de ver o quer que seja, física e psicológicamentalmente. Um nevoeiro cerrado, um nevoeiro demasiado intenso, que esconde de mim tudo o que queria alcançar. Já nem vejo os meus pés, nem o mar, nem a areia, nada. Ando agora algures, sem saber onde, nem porquê... novamente perdida num nevoeiro sombrio, acompanhada de um arrepiante múrmurio entre as numerosas gotículas de água que esbarram com a areia, a areia que debaixo dos meus pés se dispersa de forma muito subtil; quase não a sinto. Porque na verdade, eu não sinto nada, deixei de sentir em todos os pontos de vista.


Suspiro por ti... 
Está escuro, não há nada, não há ninguem.
Outra vez, outra vez, 

